A utilização dos beacons para ações de marketing e no PDV
Artigo • 09 de Maio de 2018
A Internet das Coisas (IoT, da sigla em
inglês internet of things) começa a se tornar realidade no Brasil
e as tecnologias deste ecossistema podem ser aplicadas em diversos setores como
indústria, agronegócio, serviços, logística, gestão hospitalar, cidades
inteligentes ou no varejo, entre outros segmentos. Por isso, fiz questão de
colocar a palavra tecnologias no plural porque este é um mercado crescente, que
reúne diferentes plataformas de software, equipamentos, sensores e aplicações.
De acordo com o IDC, o gasto mundial com Internet das Coisas (IoT) deve chegar
a US$ 772,5 bilhões em 2018.
Diante desta multiplicidade de aplicações,
recursos tecnológicos e cifras representativas, acredito na importância da
apresentação de situações e exemplos reais que facilitem o entendimento e a
implementação de projetos de IoT na vida real, ou seja, mostrar a tendência
tecnológica na prática e contribuir para afirmar que pequenas e médias empresas
também podem introduzir IoT em seus negócios, selecionando dentro desta miríade
de opções o que mais se adequa à sua realidade.
O beacon, por exemplo, é uma tecnologia no
universo de IoT que pode ser usada em ações de marketing, de relacionamento e
vendas com alto potencial de retorno de investimento. Essa tecnologia pode ser
utilizada por redes de lojas, restaurantes, supermercados, parques de diversão,
shoppings e aeroportos, entre outras opções.
De forma resumida, podemos descrever o beacon
como um dispositivo instalado em um estabelecimento, seja na mesa, em uma
vitrine, na parede ou prateleira, capaz de enviar informações para os
smartphones que estiverem próximos por meio de sinais bluetooh.
Essas informações podem ser processadas por aplicativos específicos (por
exemplo o aplicativo da loja ou shopping que está utilizando a tecnologia) ou
pode utilizar o padrão da "Web Física", criado pelo Google, e que
permite qualquer celular com Android ou IOS recebam informações através de
links web (celulares IOS necessitam ter o navegador Chrome instalado).
O preço e disponibilidade no mercado
brasileiro para esta tecnologia são acessíveis, pois já temos uma versão criada
com tecnologia nacional e fabricada no país chamada Taggen Beacon, eliminando o
processo de importação, custos de impostos e outras complicações.
Tendo em vista essa facilidade de acesso aos
dispositivos, a aplicação dos beacons em ações de marketing e relacionamento
com clientes se configura em uma das principais aplicações, pois permite a
realização de campanhas de vendas, pois uma loja pode enviar um cupom de
desconto, fornecer informações de produtos para os clientes dentro de seu
estabelecimento e até para potenciais clientes que estejam próximos do local.
Um outro exemplo de ação pode ser viabilizada
por meio de parcerias entre a administração de um shopping e seus lojistas.
Nesse modelo o shopping gerencia o conteúdo que é enviado pelos beacons a fim
de apresentar aos visitantes informações sobre produtos e serviços oferecidos
pelas lojas, como por exemplo o lançamento de um produto ou uma promoção em
andamento. É possível ainda, por meio desta tecnologia, a implantação de
sistemas de navegação indoor (em ambientes internos) que
guiam o cliente dentro do shopping para a loja que fornece o serviço ou
promoção que lhe interessou.
A tecnologia possibilita também que os
beacons sejam utilizados dentro das lojas, próximos aos produtos que estão à
venda, fornecendo informações, promoções e receitas relacionadas aos itens
expostos para os consumidores. Isso permite que o consumidor decida mais
rapidamente sobre a compra e também minimiza a espera por consultores. Paralelamente
a estas ações, o lojista tem condições de coletar os dados a respeito de
trajetos dos clientes dentro da loja, visualização dos itens consultados pelo
consumidor e analisar essas informações para entender as preferências de
consumo e balizar suas estratégias de trade marketing e promoções. Até bem
pouco tempo, os profissionais desta área precisavam filmar os clientes nos
corredores de seu estabelecimento e analisar o comportamento, cronometrar
quanto tempo uma pessoa demora para escolher um item na prateleira, em um
trabalho demorado e manual.
Essas iniciativas contribuem para a
fidelização dos clientes e podem melhorar a experiência do público no ponto de
venda. Outra vantagem é que a tecnologia, muitas vezes, estimula que o cliente
instale a aplicação móvel da loja em seu smartphone de modo a potencializar
ainda mais a relação entre o varejista e o consumidor. A partir da disseminação
dessa nova cultura de marketing e ações no ponto de venda, os folhetos de
ofertas, cupons para recortar e folders serão vistos, em um futuro próximo,
como materiais de merchandising obsoletos.
*Mário Prado, MsC., Engenheiro de Computação pela
Universidade de São Carlos e CTO da Taggen Soluções IoT.
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